Se houve uma lição bem aprendida nesta minha adolescência e inicio de vida adulta foi a de saber amar. Principalmente os sítios e tudo o que está à vista. Amar também os momentos que se vivem e a intensidade com que os vivemos. Sempre vivi numa terra tão pacata e serena e amo tanto isso. E amo as grandes cidades e a sua agitação.
Amo Lisboa, as suas características tão portuguesas, os bairros, as casas, os extremos, o tradicional e o moderno, o moderno dentro do tradicional, o tradicional dentro do moderno e a envolvência que os dois criam. Amo o Tejo tão largo. Amo sempre que atravesso a ponte, tão alta, tão vermelha. Amo o sol nas fachadas de Lisboa.
Amo o Porto e a sua magia infinita. Amo a foz e amo a Ribeira e amo o tão diferentes que são. Amo o Douro e as suas encostas tão redondas e amo as pontes do Porto. Amo a vista desde Gaia. Amo a Boavista. Amo a sua quase-escuridão, a sua luz tão obscura, os seus recantos. Amo, sobretudo a sua pronuncia.
Se pudesse vivia em Lisboa. Se pudesse vivia no Porto. Se pudesse viva em Lisboa e no Porto e fazia das duas cidades a minha cidade.
Amo o Minho verdejante, amo o granito nas paredes de Viana. Amo o ar tão fresco do Minho. E amo o Alentejo, tão seco, tão seco e tão quente, tão acolhedor, tão amarelo. Aprendi, também, a amar o Algarve, tão azul.
Amo a praia. Amo o campo. Amo todas e qualquer estrada de Portugal. Amo que me levem a qualquer destes sítios onde sei que, em qualquer um deles me vou sentir bem.
Por mim vivia aqui, vivia ali, vivia no Porto e viva em Lisboa. E vivia no Minho e no Alentejo e também no Algarve (porque não?). Por mim estendia-me, espalhava-me por esta terra tão pequena e afinal tão grande! Tão bonita.
E todas estas sensações estão sempre, inevitavelmente, invariavelmente, acompanhadas de música. Preparo-me pois para mais viagens e mais descobertas, para mais estradas e musicas e amigos e paisagens e gentes. Para mais um ano, para mais um Verão. Para mais de Portugal, a cada ano, porque há tanto que ainda não conheço, que ainda não amo, nesta terra.